Pesquisadora mexicana especialista em geoparques visita a UFTM

Trabalhar o Geoparque para melhoria da comunidade foi um dos pontos chaves debatidos no encontro que aconteceu entre a equipe da reitoria, pró-reitoras e pró-reitores da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, representantes do Hospital de Clínicas da UFTM e a pesquisadora mexicana Emmaline González, da Universidad Nacional Autónoma do México. 

O encontro fez parte da III Semana de Conservação, Defesa e Promoção do Geoparque na cidade de Uberaba. No encontro que aconteceu na manhã da última quarta-feira (8), a vice-reitora Meire de Ataíde ressaltou a importância em utilizar a chancela do Geoparque de Uberaba para melhorar as condições de vida da população uberabense. 

Referência internacional em geoparques, a pesquisadora mexicana ministrou uma palestra na programação da III Semana de Conservação, Defesa e Promoção do Geoparque e se encontrou com docentes e pró-reitores da UFTM para conhecer os projetos que a comunidade acadêmica vem desenvolvendo no âmbito do Geoparque Uberaba. Ela também auxiliou em novas ideias a serem implementadas pela universidade. A pesquisadora também cumpriu outras atividades na sua agenda no município de Uberaba.

Foto: Eli Amuy

Emma destacou a importância em saber utilizar o Geoparque como instrumento de aproximação da comunidade uberabense, agregando as pessoas em prol de um objetivo em comum: melhorar a qualidade de vida no município.  Também presente no encontro estava o professor da UFTM Thiago Marinho, recém eleito para o Conselho Executivo da Rede Global de Geoparques. Dentre várias contribuições dos dinossauros à época em que viveram no território onde está situado o município de Uberaba, Thiago destaca a importância dos animais na dispersão de sementes, as quais, à época, somente os dinossauros tinham capacidade de realizar. Tal relato, segundo o docente e a professora Emma, é uma das informações científicas que podem ser repassadas à sociedade em geral como forma de aproximar as pessoas das ações do Geoparque uberabense.

Foto: Eli Amuy

O importante, segundo Emmaline González, é desenvolver e implementar ideias inovadoras, pois dinossauros geralmente chamam atenção das pessoas, principalmente crianças. Dentre projetos e atividades, podem ser criados e publicados livros infantis; produtos sustentáveis que não gerem acúmulos de lixo; integrar artesãos da cidade em feiras e incentivá-los a criarem produtos relacionados ao tema dos dinossauros; dentre outras possibilidades. "O tradicional pode ganhar uma roupagem técnica com o auxílio da universidade", destaca a pesquisadora mexicana ao frisar que parcerias entre o mundo acadêmico e a comunidade em geral podem ser construídas em prol da preservação e difusão do Geoparque Uberaba.

A pró-reitora substituta da Proace, Lucieny Almohalha, destacou o projeto que desenvolve com crianças autistas na rede pública de ensino em Uberaba. "As crianças adoram os dinossauros", relata   Lucieny Almohalha, a qual trabalha com crianças autista a vários anos. Ela ressalta que na época em que morou fora do Brasil, as crianças de lá também gostavam dos dinossauros. O fato de crianças autistas terem esse afeto com os dinossauros é algo que pode ser trabalhado e usufruído para ampliar o conhecimento sobre o Geoparque e contribuir para a inclusão e qualidade de vida de crianças neurodivergentes.

A vice-reitora da UFTM, Meire de Ataíde, destaca que o Geoparque Uberaba trabalha de forma integrada com o poder público municipal. No âmbito da universidade, diversos projetos são desenvolvidos e atendem tanto a população urbana, quanto a população rural. Hoje, na UFTM, várias áreas e cursos de graduação e pós-graduação trabalham com a comunidade. Projetos na área da medicina, da nutrição, entre outras áreas da ciência, fazem parte do escopo de atuação da universidade no território do Geoparque uberabense.

Ideias e projetos em atividade
O encontro com a professora da Universidad Nacional Autónoma do México levou a ideias e possibilidades de serem executadas. Na oportunidade também foram apresentados projetos que a UFTM já desenvolve na comunidade uberabense.

A pró-reitora de Recursos Humanos, Stela de Morais, apresentou o desejo em desenvolver um curso de capacitação para os servidores da UFTM. O objetivo será contribuir com informações sobre o Geoparque Uberaba, de maneira que auxilie e subsidie futuros projetos que beneficiem a comunidade de Uberaba.

A pró-reitora de Ensino, Patrícia Maria Vieira, destacou a possibilidade de inclusão nas grades curriculares de disciplinas teóricas sobre geoparques, de modo a colaborar na formação acadêmica de alunas e alunos. Sobre o assunto, a professora Emmaline González cita o exemplo da universidade onde leciona, a qual já inseriu disciplinas que se relacionam ao tema do geoparque. Dentre as possibilidades de áreas acadêmicas e de pesquisa, a docente mexicana cita o Geopatrimônio, a Geoconservação e também disciplinas  ligadas à Pedagogia e às Ciências da Saúde.

Foto: Eli Amuy

Ao fim do encontro, a vice-reitora da UFTM apresentou as ações e projetos que são desenvolvidos por docentes, estudantes e o Hospital de Clínicas na área urbana e rural de Uberaba. Dentre os projetos apresentados à docente mexicana, vale destacar um projeto que capacita crianças de 4 a 8 anos para perceberam sinais de acidente vascular cerebral em seus avós. Tal projeto foi desenvolvido devido à verificação de muitos casos de pessoas idosas que sofrem AVC, no município de Uberaba. Muitas dessas vítimas cuidam dos netos e, dessa forma, as crianças podem ser educadas e instruídas a ligarem para o atendimento médico de urgência. No projeto para a prevenção de AVC é utilizado animações e desenhos de dinossauros como forma de ensinar as crianças e as instruírem. Outros projetos também foram apresentados na ocasião do encontro. 

 (Gustavo Ferreira)