HC-UFTM utiliza recondicionamento físico no tratamento de sequelas deixadas por doenças

O Hospital de Clínicas da UFTM, por meio de atendimento ambulatorial com profissionais de Educação Física, tem auxiliado pacientes com sequelas resultantes de enfermidades ou procedimentos de saúde a recuperar capacidades como mobilidade, autonomia e coordenação. As sessões ocorrem no Centro de Reabilitação e no Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares (Nupic), e se destinam a pessoas encaminhadas por ambulatórios como o de cirurgia bariátrica, pós-covid-19 e de doenças cardiovasculares, entre outros.

Participam da iniciativa, atualmente, 20 pacientes. A autoria da proposta é do professor Valter Paulo Neves Miranda, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da UFTM. Nos atendimentos, é trabalhada a aptidão cardiorrespiratória, são realizados exercícios na esteira e na bicicleta. Também são aplicados os de força e flexibilidade, além daqueles ligados à coordenação e ao trabalho cognitivo que estimula diretamente a memória.

A maioria dos pacientes realiza duas sessões por semana. “Além da prática de exercício assistido, planejado, orientado, nós fazemos uma avaliação das capacidades físicas relacionadas à saúde geral e, com esses resultados, passamos recomendações e orientações para a prática de atividade física no dia a dia”, explica Miranda.

Uma paciente, cuidadora de idosos, chegou ao atendimento da Educação Física por meio do Ambulatório Pós-Covid-19. Está sendo acompanhada há cerca de dois meses, após contrair o vírus, e se recupera de sequelas deixadas pela doença. A lista de sintomas informada por ela é extensa: não tinha força nas mãos, não caminhava, sentia muitas dores, o que comprometeu o desempenho no trabalho.

Outra paciente, uma dona de casa, também foi acometida pela Covid-19. “Quase morri”, enfatiza. Desde agosto, ela comparece duas vezes por semana às sessões, no Hospital de Clínicas. Ela enumera os sintomas e diz que melhorou muito das dores nos músculos, nas pernas, de cabeça, cansaço e um pouco de perda da memória. Ela continua fazendo os exercícios em outros momentos: “nos dias que eu não estou aqui, faço caminhada. Eu não estava dando conta nem de andar por causa da dor muito forte nas pernas. Agora estou conseguindo”, comemora.

Pensando em estender aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em atendimento no Centro de Reabilitação o acesso às práticas orientadas de atividades físicas, Miranda produziu uma série de vídeos curtos, com auxílio de estagiários do curso de Educação Física da UFTM. “Estamos desenvolvendo materiais audiovisuais, para incentivar a prática e atender à recomendação básica de atividades e exercícios físicos baseada nas informações do Guia Nacional de Atividade Física, publicado recentemente, em 2021”, conta o professor.

Ao todo são 20 vídeos que trazem séries de movimentos que podem ser feitos em casa. Chamados de “Atividades Físicas do Dia a Dia”, têm graus de intensidade diferentes, mas nada que seja obstáculo à pessoa sedentária. Miranda pretende transformar a iniciativa em um projeto de extensão, o que também vai servir para divulgar mais amplamente os exercícios.

Fonte: Unidade de Comunicação Social HC-UFTM

Fotos: Luana Cunha HC/UFTM