Integrante de grupo de pesquisa da UFTM recebe prêmio internacional em farmacogenética

 O doutorando Caíque Manóchio, integrante do Grupo de Pesquisa em Genética de Populações e Farmacogenética da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), foi o vencedor do Prêmio Internacional Dr. José María Cantú Garza, na categoria Etnicidade: variabilidade farmacogenética populacional. O reconhecimento destaca estudos que valorizam a diversidade humana e o impacto da genética na saúde das populações.

O trabalho de Caíque investiga como a ancestralidade genética influencia variantes do gene ESR1, que estão relacionadas à resposta ao tratamento com inibidores de aromatase, medicamentos muito utilizados em casos de câncer de mama. Apesar da importância clínica desse gene, ainda existem poucos estudos envolvendo populações latino-americanas, o que deixa lacunas no entendimento das respostas aos tratamentos. A pesquisa destaca-se ao incluir grupos historicamente pouco representados nos estudos genômicos.

De acordo com doutorando Caíque Manóchio, sua pesquisa evidencia as desigualdades na medicina personalizada, especialmente na farmacogenética, quando olhamos para populações da América Latina. "Ganhar essa premiação mostra a qualidade do trabalho desenvolvido pelo nosso grupo de pesquisa e fortalece minha trajetória como jovem pesquisador”, destaca o biólogo e mestre pela UFTM, hoje doutorando em Genética na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Caíque acredita que fazer parte de um grupo de pesquisa com produção consistente na área e trabalhar há cerca de cinco anos com esse tema contribuiu para conquistar a premiação.

Para a professora Fernanda Rodrigues Soares, líder do Grupo de Pesquisa em Genética de Populações e Farmacogenética, "o prêmio coloca nosso grupo e a UFTM entre instituições destacadas na área de Genética Humana, especialmente em estudos voltados para populações latino-americanas, que ainda são muito negligenciadas. Essa visibilidade ajuda a abrir portas para novas pesquisas e iniciativas de internacionalização." Segundo a docente premiações como esta motivam os alunos a continuarem produzindo ciência de qualidade e a levar adiante o legado científico, contribuindo para a sociedade.

 Profa. Fernanda Rodrigues Soares e pesquisador Caíque Manóchio.

Premiação
O prêmio leva o nome do Dr. José María “Chema” Cantú Garza (1938–2007), um dos grandes nomes da genética médica e da bioética na América Latina. Cantú defendia que ciência e humanidade caminham juntas — e que o conhecimento genético só tem sentido quando usado para promover o bem comum. Seu pensamento inspirou redes científicas importantes, como a RELAGH e a RIBEF, e ajudou a formular a Declaração de Mérida/T’Hó, que reforça a importância de considerar aspectos culturais e étnicos nos estudos farmacogenéticos.

A premiação conta com o apoio de diversas instituições científicas ibero-americanas, reforçando seu reconhecimento internacional.